terça-feira, abril 04, 2006

Médico Português

As doenças afectam toda a gente, e nesta época em especial muitos são os casos de gripe que não deixam ninguém indiferente, ou pelo menos a uma maioria bem expressiva. Eu fui um dos casos traumatizantes de uma vaga pseudo-dramática de constipações, febres e suores frios.
Tudo se passou num belo domingo, dia de família, de missa, de deus, de uma ida à igreja e de umas quantas orações antes de cada refeição que uma sensação de intensa irritação me levou a um médico que me atendesse e me indicasse os remédios certos para curar esta maldita gripe. Num centro de saúde o qual não revelo o nome, surgiu-me um médico, o qual também não revelo o nome que me atendeu com extrema simpatia. Num início de tarde primaveril de um domingo que mais parecia um sábado de praia em pleno mês de Agosto, um médico bem ao estilo "tuga" atendeu-me num ritmo pausado-pós-almoço. Os sapatinhos engraxados, a meia branca "à lá pézinho de gesso", uma expressão facial que se parecia com a do Vítor Espadinha após um dos seus magníficos concertos de domingo à noite nas festas do Tarrafal ao sabor de couratos embalados por umas quantas super bock fresquinhas. A sua pose, normal: mão no bolso, outra na cintura ou com cotovêlo na mesa a apoiar o queixo descaido devido ao peso do bigode farfalhudo que acompanhava o rosto. Mas quem em pleno século XXI ainda usa um bigode daqueles? Tudo bem, que se diz, "ah e tal usar bigode é de macho!" mas calma! Um bigode com este tipo de característica tem duas desvantagens flagrantes. Se em primeiro lugar, dificulta a acção de um minete, visto bloquear o acesso a um número considerável de centímetros de língua, em segundo lugar, e bem mais grave, é o facto de se tornar uma actividade nojenta a prática de comer caldo verde ou sopa de espargos. É que torna-se impossível não ficar com as couves verdes presas na chamuça enquanto se mastiga a chouriça. Mas voltando à figura do médico, ainda estava a meio da consulta quando e Doutor Espadinha aproximou-se um pouco mais para me oscultar. O seu cheiro a vinho entupia-me as narinas com um vapor quente e nauseabundo vindo de um hálito podre e pouco dignificante à profissão. Mas depois pensei: "Foda-se estou em Portugal!!" e então deixei de me preocupar tanto...

MacGyver numa ilha deserta

3 Comments:

Blogger DIV de divertida said...

O bo portuga é aquele que come e bebe bem. infelizmente... bem sei do que falo. trabalho no álcool.
lamento mesmo que os nossos tratantes tenham tão pouca consideração por eles próprios e npor nós tratados.

7:14 da tarde  
Blogger DEVANEIOS DO CONTRA said...

foi o verdadeiro postal... o "à vontade" era tanto que nem atendeu de bata... deve ter vindo directo da tasca do zé armindo! :/

9:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across.
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4:21 da manhã  

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